
Comédia Romântica; Drama / 90 minutos / USA / 2006 / Direção: Bob Goldthwait
É uma comédia romântica dramática e não possui aquele final em que tudo dá certo, é um filme que recomendo para todo casal jovem que pensa que união é saber tudo da vida um do outro, revela que não só invadir a privacidade do outro, como também praticar certas fantasias, podem acabar abalando o relacionamento.
O filme mostra a inocência da mulher de cair nas fantasias do homem e a imaturidade de casais ao lidar com questões de intimidade nos dias de hoje, onde muitos valores estão decadentes e questões sobre sexualidade estão mais abertas para discussões e extrapolações. O homem, ou a mulher que se apaixona, não quer aceitar que o outro pode ter segredos, ou que possa ter tido prazeres por outros meios, ou parceiros, pois isto desperta o ciúme que nada mais é do que o sentimento de inveja por se sentir inferiorizado no ato de atribuir prazer. Isto vale para ambos os sexos e revela um traço instintivo de carência do ser afetivo/emotivo.
Toda a trama do filme provém de “Um Segredo Animal” que se trata daquele que muitos de nós temos, mas não contamos para ninguém, então a mulher sendo convencida, achando divertida e simples a brincadeira do namorado, de querer ter um relacionamento sem segredos, revela um segredo íntimo dos mais obscuros e o namorado fica estarrecido, a família acaba descobrindo. Ela passa a ser recriminada por todos e inclusive pelo seu namorado, inicialmente ele não aceita o fato, pois o deixa inferior, mas em seguida disposto a perdoá-la ele não consegue parar de imaginar o fato e acaba se excitando com isto, criando assim um fetiche e pedindo para ela repetir o que fez. Esta imaginação o atormenta, mas o excita porque se trata da mulher que ele é apaixonado e tem atração, logo se percebe que há um paradoxo no relacionamento de querer ter a pessoa para si, mas se excitar com o que ela fez anteriormente. É aí que está o perigo de revelar segredos e de correr atrás de determinadas fantasias. No final o filme deixa uma lição a qual se torna insuportável a convivência entre o casal após a perda da privacidade e o espaço para desconfianças e fetiches impróprios. Portanto, para quem ama e quer uma relação saudável e duradoura, respeite a individualidade alheia, não questione as decisões passadas, não duvide da fidelidade e caprichem nas fantasias sem ultrapassar limites do outro, para isto, é necessário muita conversa com o parceiro para saber até onde ele está disposto a ir sem se ferir, ainda mais nesta época em que como nunca, o hedonismo está a solto na mídia e na imaginação de todos.

Nenhum comentário:
Postar um comentário